PERGUNTAS SEM RESPOSTAS

Mariela saiu do escritório do avô com a caixa em direção ao quintal, sentou-se na grama em baixo da árvore, e ficou olhando para o que tinha na mão. O que mais lhe chamava a atenção, dentre os objetos que havia na caixa, era o medalhão. Ficava imaginando a mãe dela usando aquilo, era muito grande e pesado.

O medalhão era bonito, na frente pareciam várias raízes entrelaçadas, sem parecer ter um começo ou fim. Era de ouro, no sol brilhava como uma estrela. Mariela olhou atrás. Havia alguma coisa escrita, parecia um poema:

Eu tenho o bálsamo sagrado

Com que teu Deus foi ungido

Bebe-o porque estas ferido

Bebendo ficas curado.

- Onde você arranjou isso?

- Que susto! – Era Jolie, que chegou talentosamente do nada.

- Onde você arranjou isso? – Repetiu, olhando fixamente para o medalhão.

- Meu avô me deu.

- Seu avô? E onde... – Jolie parecia estranha, de repente tinha ficado pálida.

- Que foi? – Mariela nunca havia visto a amiga daquele jeito. Jolie mudou de assunto bruscamente, ainda pálida.

- Você vai usar isso?

- Não! Ele é muito grande. Por quê?

- Você promete?

- Por quê?!

- Você não vai usar, né? – Jolie agora parecia desesperada.

- Já disse que não! É muito grande, mas por quê?!

- Por nada. Foi seu avô que te deu isso?

- Foi. Por que você não quer que eu use? – Insistiu Mariela, mas Jolie já tinha ido embora.