(IV)
A alegria foi momentânea, bastou Mariela ver a cara de sua avó para entender que as coisas não seriam tão fáceis. A semana se passou calada e devagar até chegar o dia anterior a mudança. D. Eli quase não falou nos dia que passaram, um silêncio que começou a incomodar a menina. Não via a avó maquiada e arrumada como sempre vira, vivia triste, e foi aí que Mariela entendeu o quanto aquela fábrica, que para ela nada significava, era importante para sua avó. S.Tino, por outro lado, ela quase não viu. Ficava trancado no escritório e realmente ela não sabia como ele estava. Assim, a semana passou devagar e silenciosa até o último dia, o clima que antes era pesado tornara-se insustentável. As aulas particulares da menina foram suspensas e ela tinha toda a tarde livre para fazer o que fazia pela manhã, ou seja, nada. Faltava a ela criatividade para divertir-se com a solidão, é claro se não levarmos em conta o fato dela falar com uma pessoa que somente ela via.
No dia anterior era uma manhã de sol e sem nuvens. Mariela acordou cedo, o avô também e já estava no escritório, à avó ainda dormia. A menina preparou seu café da manhã, foi comer na sala assistindo TV, e lá ficou até ouvir D. Eli chamar por ela.
- Chamou?
- Sim. Viu Lênin? Procuro-o desde ontem mas não acho – a avó ainda estava com uma cara assustadora de sono
- não, não vi – Mariela falou meio distraída colocando o prato em cima da pia
- e seu avô?
- No escritório. – Veio um minuto de silêncio em que D.Eli ficou olhando para a janela distraída e a menina olhando para ela esperando que falasse algo, mas já sabia o que era.
- Vá procurar o gato. Eu vou dormir mais – e saiu. A avó dormiu muito nos últimos dias. Ela pegou dois comprimidos e foi para a cama de novo, Mariela sabia que assim ela iria ficar lá até o fim do dia; estava começando a se preocupar com a avó.
A menina olhou para a janela imaginando onde estaria aquele gato, não fazia idéia mas foi procurar. Um dia ainda acharia ele morto, provavelmente atropelado por um carro. O gato era terrivelmente esperto, ninguém sabia onde ele se metia mas sempre voltava, as vezes em que a menina o achou era quando ele já estava voltando, algumas vezes sujo de lama e cheirando a terra.
- CONTINUA-
A alegria foi momentânea, bastou Mariela ver a cara de sua avó para entender que as coisas não seriam tão fáceis. A semana se passou calada e devagar até chegar o dia anterior a mudança. D. Eli quase não falou nos dia que passaram, um silêncio que começou a incomodar a menina. Não via a avó maquiada e arrumada como sempre vira, vivia triste, e foi aí que Mariela entendeu o quanto aquela fábrica, que para ela nada significava, era importante para sua avó. S.Tino, por outro lado, ela quase não viu. Ficava trancado no escritório e realmente ela não sabia como ele estava. Assim, a semana passou devagar e silenciosa até o último dia, o clima que antes era pesado tornara-se insustentável. As aulas particulares da menina foram suspensas e ela tinha toda a tarde livre para fazer o que fazia pela manhã, ou seja, nada. Faltava a ela criatividade para divertir-se com a solidão, é claro se não levarmos em conta o fato dela falar com uma pessoa que somente ela via.
No dia anterior era uma manhã de sol e sem nuvens. Mariela acordou cedo, o avô também e já estava no escritório, à avó ainda dormia. A menina preparou seu café da manhã, foi comer na sala assistindo TV, e lá ficou até ouvir D. Eli chamar por ela.
- Chamou?
- Sim. Viu Lênin? Procuro-o desde ontem mas não acho – a avó ainda estava com uma cara assustadora de sono
- não, não vi – Mariela falou meio distraída colocando o prato em cima da pia
- e seu avô?
- No escritório. – Veio um minuto de silêncio em que D.Eli ficou olhando para a janela distraída e a menina olhando para ela esperando que falasse algo, mas já sabia o que era.
- Vá procurar o gato. Eu vou dormir mais – e saiu. A avó dormiu muito nos últimos dias. Ela pegou dois comprimidos e foi para a cama de novo, Mariela sabia que assim ela iria ficar lá até o fim do dia; estava começando a se preocupar com a avó.
A menina olhou para a janela imaginando onde estaria aquele gato, não fazia idéia mas foi procurar. Um dia ainda acharia ele morto, provavelmente atropelado por um carro. O gato era terrivelmente esperto, ninguém sabia onde ele se metia mas sempre voltava, as vezes em que a menina o achou era quando ele já estava voltando, algumas vezes sujo de lama e cheirando a terra.
- CONTINUA-
30 de janeiro de 2009 às 14:30
Ta ficando cada X melhor!!!
PARABÉNS E. vc é foda
30 de janeiro de 2009 às 17:22
T em cólicas pra saber da continuação!
[]'s
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2 de fevereiro de 2009 às 14:12
Muito bom texto e conteúdo
Parabéns!!!
18 de junho de 2009 às 16:23
O texto é realmente ótimo, td esse mistério em torno do gato, mto bom mesmo!